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SES-MG promove seminário sobre dengue, zika, chikungunya
Proposta da programação, realizada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde, é debater desafios e estratégias para as ações de vigilância
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) iniciou, nesta terça-feira (18/12), em Belo Horizonte, o Seminário Estadual sobre Arboviroses. O evento, que segue até a próxima quinta-feira (20/12), tem como objetivo traçar uma retrospectiva sobre os casos de dengue, zika, chikungunya e febre amarela nos últimos anos, além de discutir possíveis cenários futuros e desafios que impactam nas ações de vigilância em todo o estado.
Participam do evento gestores e técnicos dos 101 municípios-sede de microrregiões de saúde, das Regionais de Saúde do estado e equipe de transição, além de representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Ministério da Saúde.
Durante a programação, estão sendo discutidos temas relacionados ao enfrentamento das arboviroses, como controle vetorial do aedes, desafios da assistência aos pacientes, organização dos serviços de saúde e pesquisas sobre febre amarela.
Na abertura do evento, o secretário-adjunto da SES-MG, Daniel Medrado, destacou a importância da mobilização social no controle das arboviroses.
“O estado enfrentou a febre amarela colocando suas equipes à disposição, elevando as coberturas vacinais para 92%. E a mobilização social é fundamental nesse processo. Afinal, só conseguiremos seguir no controle das arboviroses se tivermos uma interação com a sociedade”, afirmou.
Na sequência, o subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde da SES-MG, Rodrigo Said, falou sobre a importância de um trabalho conjunto entre Estado e municípios para o enfrentamento das arboviroses.
“O debate e a troca de conhecimentos são fundamentais para os desafios que temos pela frente, incluindo como parceiros os municípios, Fiocruz e Ministério da Saúde. Sabemos que é preciso estar em alerta para o crescimento do número de casos das arboviroses, especialmente a partir de agora, após o período de chuvas. Em relação à febre amarela, a circulação de pessoas devido ao Natal e réveillon também deve ser observada com atenção”, explicou.
O presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems-MG), Eduardo Luiz da Silva, também destacou a necessidade de envolvimento da população no enfrentamento ao Aedes aegypti.
“Precisamos criar novas estratégias de enfrentamento ao Aedes, para que a população assuma a responsabilidade para cuidar da própria saúde. Se cada um fizer a sua parte no controle dos focos, por exemplo, teremos um grande avanço no enfrentamento da dengue, zika e chikungunya”, disse.
Discussões
Entre os assuntos abordados no primeiro dia do seminário esteve o avanço da dengue, incluindo reflexões sobre o perfil de comportamento do vírus ao longo do tempo.
Conforme esclarecido pela referência do Programa Nacional de Controle e Prevenção das Doenças Transmitidas pelo Aedes do Ministério da Saúde, Sulamita Brandão, os primeiros relatos de epidemias da doença no país são de 1846, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
“Ainda que tenhamos relatos de 1846, somente entre 1981 e 1982 é que a primeira epidemia de dengue foi confirmada laboratorialmente, em Boa Vista, Roraima”, explicou.
Em relação à circulação do vírus da dengue em Minas Gerais, observa-se, de 2011 a 2018, registros dos quatro sorotipos da doença (1, 2, 3 e 4), com prevalência do sorotipo DENV 1. Em 2018, entretanto, pela primeira vez foi registrada a prevalência do sorotipo DENV 2, o que pode levar a um aumento no número de casos, já que a população está mais suscetível a ele.
Para a superintendente de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador da SES-MG, Rejane Letro, a circulação do sorotipo DENV 2 pode ser motivo de alerta. “É fundamental que os serviços de saúde se preparem, afinal, sabemos que o sorotipo 2 causa uma maior manifestação em crianças”, afirmou.
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Índices de infestação do aedes (LIRAa/LIA)
Os índices de infestação do Aedes no estado também entraram na pauta do primeiro dia do seminário. O Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) e o Levantamento de Índice Amostral (LIA) são métodos de amostragem e mapeamento dos índices de infestação por Aedes aegypti e Aedes albopictus nos municípios mineiros.
No último levantamento realizado, 831 municípios enviaram informações (dados preliminares). Destes, 7,22% estão em situação de risco com alto índice de infestação do Aedes, 35,25% estão em situação de alerta e outros 57,52% estão em situação satisfatória. Em relação aos criadouros do mosquito, dos 831 municípios, 468 possuem depósitos de água com focos do Aedes, 401 depósitos domiciliares e 367 apresentaram focos em lixo.
“Temos, em todo o estado, municípios com focos do Aedes. Sabemos que, sem o depósito, não há a proliferação das doenças transmitidas por ele. Por isso, precisamos trabalhar as informações do LIRAa/LIA junto à população, com o objetivo de reduzir os focos”, explicou a superintendente Rejane Letro.
Febre amarela
Outro tema debatido foi o monitoramento da febre amarela . De 1989 a 2009 foram registrados 110 casos confirmados da doença em todo o estado. Já no primeiro período de monitoramento da doença, 2016/2017 (primeira onda), foram 475 casos confirmados e, no segundo período de monitoramento da doença, 2017/2018 (segunda onda), outros 527 casos confirmados.
Os dois primeiros períodos de monitoramento da doença no estado, em 2016/2017 e 2017/2018, ocorreram em áreas distintas do estado. A epidemia do período de 2016/2017 esteve focada principalmente nos Vales do Rio Doce e Mucuri e em parte da Zona da Mata e Jequitinhonha. Já no período de 2017/2018, as principais áreas atingidas foram a Região Metropolitana de Belo Horizonte, Zona da Mata e parte das regiões Campos das Vertentes, Oeste e Sul/Sudoeste mineiro.
Contudo, nenhum município com registro de caso confirmado da doença no período 2016/2017 voltou a apresentar novos casos no período 2017/2018, o que mostra a importância do trabalho realizado pelo estado e municípios no controle da febre amarela, especialmente em relação à vacinação da população.
Houve, ainda, uma redução da letalidade da doença de um período para o outro. A taxa de letalidade no primeiro 2016/2017 foi de 34,10% e, no período 2017/2018 foi de 33,50%.
Imunização
No ano passado, foram distribuídas, ao todo, 9,8 milhões de doses da vacina contra a febre amarela. Em 2018, foram 3,9 milhões de doses. O Estado de Minas Gerais, em sua totalidade, é área com recomendação para vacinação da febre amarela desde o ano de 2008. A vacina é indicada a partir dos nove meses de idade, de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação.
A meta é alcançar cobertura vacinal de pelo menos 95% da população elegível no estado. Contudo, atualmente, a cobertura vacinal acumulada de febre amarela em Minas está em torno de 91,11%, com uma estimativa de 3,1 milhões de pessoas não vacinadas.
A superintendente Rejane Letro, reiterou a necessidade de comparecimento da população aos postos de saúde para se vacinar, compromisso que integra as ações contínuas de enfrentamento à doença.
“O aumento da cobertura vacinal está entre os desafios no controle da febre amarela e, por isso, é fundamental uma integração e articulação das ações com a Atenção Básica à Saúde. Além disso, temos ações envolvendo os eixos de gestão, vigilância, assistência e comunicação”, disse.
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