Videoconferência tratou sobre quadro de pessoal e sua organização, designações e, também, sobre o cronograma de atividades para início das aulas em agosto

A Secretaria de Estado de Educação (SEE) mobilizou, por meio de uma videoconferência, representantes de suas Subsecretarias de Desenvolvimento da Educação Básica e de Gestão de Recursos Humanos, coordenadores e demais membros das 44 escolas, de 25 Superintendências Regionais de Ensino (SRE), que aderiram ao Programa de Fomento à Educação em Tempo Integral.

A proposta, segundo a superintendente de Desenvolvimento do Ensino Médio da SEE, Cecília Resende, foi "discutir, sanar dúvidas e orientar sobre o quadro de pessoal e sua organização, as designações e, também, o cronograma de atividades para o início das aulas”. As 44 unidades ofertarão, a partir de 1º de agosto, o Ensino Médio Integral e Integrado em Minas Gerais.

“O programa envolverá quase 10 mil estudantes. Então, ao longo do ano, debateremos com a sociedade que modelo e currículo queremos para o nosso estado”, afirmou Cecília, acrescentando que o Ensino Médio Integral é uma oportunidade para poder discutir modelos possíveis, factíveis com a flexibilização necessária, e atender, cada vez mais, aos anseios da juventude de Minas Gerais. 

Durante a videoconferência, realizada na sexta-feira (9/6), a superintendente também reforçou o funcionamento do programa no segundo semestre de 2017.

“O projeto será implantado com turmas do 1º ano do Ensino Médio e a progressão ocorrerá de forma gradual, chegando aos demais no final de três anos. Inicialmente, funcionarão com os modelos regular e integral e os alunos que não desejarem ficar no Ensino Médio Integral continuarão até 31 de dezembro. Após esta data, deverão ser remanejados para outras instituições no entorno ou na própria escola, no Ensino Médio noturno”, ressaltou Cecília. 

No encontro, ficou definido que todas as instituições têm que enviar, até às 12h da próxima quarta-feira (14/6), o retorno dos questionários respondidos pelos estudantes.

"Precisamos dessas informações para contratarmos os cursos técnicos que serão ofertados, em cada escola, seguindo a escolha da maioria dos educandos. Até o momento, mais de cinco mil já responderam”, disse Cecília. A consulta da Secretaria de Educação aos alunos objetivou saber o que queriam estudar, os campos nos quais desejariam investir e como gostariam de aprofundar o conteúdo.

Outra obrigação dessas escolas é encaminhar, até 30 de junho (sexta-feira), o relatório da avaliação diagnóstica e intervenção pedagógica das turmas do 1º ano do Ensino Médio.

“Os diretores devem viabilizar as salas de informática para que os alunos possam respondê-la. O relatório é automático e condição de prestação de contas ao Ministério da Educação e, se não apresentarmos, temos que fazer a devolutiva ao MEC”, observou a superintendente. O relatório só é liberado quando todas as turmas cadastradas no SIMADE responderem a avaliação.

Helaine de Matos Silva, da Diretoria de Gestão de Pessoal do Sistema de Educação, e Márcio Antônio Fonseca, da Subsecretaria de Ensino Médio, responderam às perguntas dos participantes sobre o quadro de pessoal, designações e dos códigos para contratação dos coordenadores. No encontro, eles também contaram com esclarecimentos sobre o documento orientador do Ensino Médio Integral e sobre as matrizes da Educação Profissional em cada curso escolhido pelas escolas.

Cronograma

No dia 26 de junho (segunda-feira), o Ensino Médio Integral e Integrado será oficialmente lançado com uma sessão do documentário “Nunca me Sonharam”, dirigido por Cacau Rhoden e produzido por Maria Farinha Filmes. A obra mostra um diagnóstico do ensino médio na rede pública brasileira e traz depoimento da secretária de Estado de Educação, Macaé Evaristo.

Antes disso, nos dias 19 e 20 de junho (segunda e terça-feira), a SEE, em parceria com o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) e Fundação Itaú Social, promoverá a primeira formação presencial com coordenadores de sete escolas da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). As formações ocorrerão ao longo de todo o ano, com todas as instituições, nos polos que serão indicados pela Secretaria. 

Entre os dias 27 e 29 de junho (terça a quinta-feira), haverá, em Belo Horizonte, uma formação de 16 horas para todos os diretores, especialistas, coordenadores do programa das 44 escolas e, também, diretores, analistas da Educação Integral e do Ensino Médio das SREs. Todas as informações e orientações a respeito dessas agendas serão encaminhadas  pela SEE.

Ensino Médio Integral

Em Minas Gerais, o Ensino Médio Integral será ofertado por 44 escolas estaduais que aderiram e corresponderam aos critérios estabelecidos na portaria 1.145/2016, do Ministério da Educação, que instituiu o Programa de Fomento à Educação em Tempo Integral. Para coordenar o programa, foram contratados professores ou especialistas da educação básica que já atuam no Ensino Médio de cada instituição.

"Indicados pelo diretor e respaldados pelo colegiado das respectivas escolas, esses profissionais terão, até 10 de julho de 2017 (segunda-feira), a função de articular e coorganizar, com toda a comunidade escolar, a matriz curricular proposta pela SEE no documento orientador enviado às escolas, que estabelece a construção de um currículo integrado”, explicou Cecília. A carga horária de trabalho é de 24 horas semanais e o coordenador deve organizá-la para acompanhar as atividades nos turnos da manhã e tarde.

A proposta pedagógica das escolas estaduais de educação em tempo integral no Ensino Médio tem por base a ampliação da jornada escolar – com 9 horários diários, que representam 45 horas-aula semanais – e a formação dos estudantes, tanto nos aspectos cognitivos, quanto nos socioeconômicos.

O currículo será constituído de duas partes: formação básica, que compreende as temáticas de cada área do conhecimento indicadas na Base Nacional Comum Curricular; e flexível, que é composta por campos de integração, que devem proporcionar ao jovem a interlocução entre as áreas de conhecimento da Base Comum, os conhecimentos científicos, suas experiências pessoais e outras atividades que enriqueçam a sua formação e atuação/intervenção na sociedade. 

A Secretaria de Educação propõe três campos de integração curricular para as instituições: (1) Cultura, Artes e Cidadania; (2) Múltiplas Linguagens, Comunicação e Novas Mídias; e (3) Pesquisa e Inovação Tecnológica; além de um curso técnico profissionalizante.

De acordo com Cecília, os coordenadores, no segundo momento, devem harmonizar e integrar a base comum e a flexível. “Eles são a liderança pedagógica e, juntamente com o pedagogo, vão analisar, por exemplo, os projetos desenvolvidos nesses três campos para alinhá-los com o conteúdo da base nacional comum, além de atentarem-se para questões que mais desafiarem os professores. A expectativa é que esses profissionais assumam essa liderança e emprestem o olhar da sua experiência docente para essa nova empreitada”, disse.

Além disso, para que os três campos de integração gerem projetos, ações de aprendizagem e valorizem o protagonismo juvenil, a SEE propôs a disciplina “Pesquisa e Intervenção” e o trabalho “Diálogos Abertos com a Cidade”.

“Todas as 44 escolas devem estabelecer um horário único para dedicar-se à pesquisa. Na educação integral e integrada, os alunos poderão ampliar o seu olhar sobre o território, os problemas existentes naquela comunidade, propor pesquisas e fazer uma intervenção”, explicou Cecília. Já os diálogos com a cidade deverão ocorrer uma vez por mês. “É extrapolar os muros escolares, compreender e interagir com a sociedade. Nesse sentido, o coordenador deverá pensar como serão esses diálogos e a organização da pesquisa e intervenção num horário único”, completou.

Os estudantes também poderão participar de cursos técnicos profissionalizantes que serão oferecidos nessas instituições. A ideia é aliar pesquisa (olhar acadêmico) e capacidade técnica para quem quer já sair qualificado para o mercado de trabalho.

"Ao incluirmos esses cursos e o eixo de pesquisa e inovação tecnológica, estamos partindo do princípio de que podemos capacitar nossos estudantes, mas que tenham um olhar sobre um objeto que possa ser estudado e pesquisado naquela comunidade. Os cursos também precisam dialogar com o espaço, compreender seus problemas e propor soluções”, finalizou a superintendente.